Existem muitos defensores da realização de exercício cardiovascular em jejum, sendo que a maioria defende que este deve ser realizado logo ao acordar, antes do café da manhã.
A teoria ou a crença por trás deste método de treino é que desta forma o corpo irá utilizar a gordura como fonte principal de energia em vez de carbohidratos, uma vez que os níveis de carbohidratos que encontram reduzidos devido ao jejum nocturno. Isto em teoria irá resultar numa maior perda de gordura.
Mas de acordo com várias investigações científicas, esta forma de exercício não confere nenhum benefício adicional em termos de perda de gordura em comparação com o exercício cardiovascular comum, e portanto a ciência não comprova a sua eficácia(1). Na verdade, não importa qual é o substrato energético que está a “queimar” durante a sessão de cardio.”
Existem muitos fatores que influenciam a mobilização e o uso de gordura dos tecidos adiposos, e não se pode olhar só para a quantidade de gordura que é queimada durante uma sessão de treino. O corpo humano é muito dinâmico e ajusta continuamente o seu uso de gordura como fonte de combustível.
Se você queimar mais carbohidratos durante um treino, irá inevitavelmente queimar mais gordura no período pós-exercício e vice-versa. Portanto o treino em jejum ou após uma refeição não afeta diretamente a sua capacidade de queimar gordura como combustível.
O que se pode concluir aqui é que, pelo menos em indivíduos treinados, não parece haver vantagens em termos de perda de gordura, de realizar o exercício cardiovascular em jejum em vez de após uma refeição.
Na verdade esta prática pode chegar a ter consequências perigosas para a saúde. Não é incomum ler ou ouvir relatos de pessoas que sofreram enjoos ou até mesmo desmaios enquanto realizavam exercício cardiovascular em jejum. Isto parece acontecer sobretudo durante as primeiras sessões de treino.
Mantenha em mente que o cérebro utiliza quase exclusivamente o glicogênio como fonte de combustível e que a sua escassez pode trazer consequências negativas.
O CARDIO EM JEJUM É CATABÓLICO
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O cardio em jejum é mais catabólico é mais catabólico do que o cardio após uma refeição. |
Já foi demonstrado em várias investigações que o treino com níveis de glicogênio muito baixos, aumenta a degradação de proteína, um processo com efeitos contrários aos objetivos daqueles que procuram ganhar força e massa muscular.
Para além disso tenha em atenção que existe um ponto de rendimentos decrescentes, quer com o cardio normal, quer com o cardio em jejum.
Neste caso mais não é necessariamente melhor e a síntese de proteína e hipertrofia muscular podem ser sacrificados se realizar demasiado exercício cardiovascular.
Note também que a realização excessiva de exercício cardiovascular, seja em jejum ou não, pode aumentar o apetite e reduzir o seu nível de atividade física ao longo do dia. O que acaba por negar em parte os efeitos de todo esse exercício.
CONCLUSÃO
As investigações científicas não demonstraram diferenças na perda total de gordura entre voluntários que realizaram cardio em jejum e aqueles que realizaram cardio depois de uma refeição.
Na verdade, você pode até queimar mais gordura ao longo de um período de 24 horas quando faz uma refeição antes do cardio porque a resposta termogênica ao cardio após uma refeição irá ser superior ao cardio realizado em jejum (2).
Lemon et al. demonstrou que a perda de nitrogênio duplica quando se treina em jejum, o que por sua vez provoca uma maior perda de massa muscular durante as dietas de restrição calórica (3).
Não comer antes do exercício cardiovascular, irá reduzir a intensidade do treino, o que significa que irá queimar menos calorias durante o cardio, pois não irá ter tanta energia disponível.
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